Venho, mais uma vez, protestar contra a falta de preparo de alguns agentes públicos. Desta feita se trata de policiais militares.
Antes de escrever o presente artigo, muito eu pensei e refleti sobre esta classe que tanto é útil para a sociedade, mas que, infelizmente, possui em suas fileiras, pessoas que não merecem ostentar o fardamento militar.
Para aqueles que pensam que não posso escrever sobre o que não sei, aviso desde já que também já fui policial militar, e com orgulho, usei a farda da coorporação.
Mas vamos ao que interessa. Recentemente tive o dissabor de encontrar com um destes policiais despreparados para lidar com a sociedade em geral, quando após um acidente "sem vítimas" e "sem danos materiais", fui abordado por agentes públicos (PM's), que, se realmente conhecessem as leis, nada mais fariam do que imputar-me uma multa e liberar-me em seguida; mas ao contrário, fui tratado como um verdadeiro "marginal". Fui privado de meu direito constitucional de ir e vir temporariamente. Tive meu veículo e habilitação apreendidos, não tendo sido dado o direito de sequer, de retirar meus pertences pessoais do carro. Minha esposa foi ofendida verbalmente, assim como eu, mesmo tendo me identificado como funcionário público, professor universitário e enfim, como cidadão.
O policial, tão despreparado que era, não providenciou sequer uma perícia para ver realmente quem tivera a razão quando do acidente, usando tão somente sua "contestável" autoridade para efetivar suas ações desprovidas de coerência e bom senso.
Como cidadão, desabafo minha frustração quanto a sensação de impotência perante tão truculenta ação. Como pesquisador, escritor, articulista, professor e funcionário público, fico apreensivo quanto àquelas pessoas com pouco ou nenhum estudo, que se vêem a mercê deste tipo de comportamento, esdrúxulo que é para o verdadeiro comportamento e postura policial militar.
Se com todo o conhecimento e experiência policial que possuo, isso ainda aconteceu comigo, o que acontece com quem não possui tal conhecimento e experiência?
Espero que nosso dígno comandante da coorporação envide esforços no sentido de ofertar a este tipo de policial um intensivo curso, tanto de legislação de trânsito como de relações humanas, pois o mesmo está realmente precisando com urgência urgentíssima!
Em tempo: visto que o referido policial também denotava pouca instrução regular de ensino, passo aqui a explicar o significado de alguns termos por mim utilizados no presente artigo. Se é que ele possui algum hábito de leitura!
1. Dissabor: desgosto, desprazer, contrariedade, aborrecimento.
2. Imputar-me: atribuir a alguém a responsabilidade de, ou seja, no contexto do artigo, "me atribuir a responsabilidade da multa". Do latim imputare.
3. Contestável: que pode ser contestado.
4. Coerência: conformidade, congruência, conexão, harmonia, ligação. Do latim cohaerentia.
5. Bom senso: disposição natural para julgar corretamente nas questões concretas que não admitem uma evidência lógica simples.
6. Truculenta: atróz, cruel, bárbaro. Do latim truculentu.
7. Esdrúxulo: extravagante, exótico, excêntrico. Do Castelhano esdrújulo.
8. Envide: pôr em prática, empregar esforços. Do latim invitare.
9. Denotava: fazia notar, fazia ver, mostrava por certos sinais, indicava. Do latim denotare.
Espero que tenha sido mais claro desta vez, posto que durante o evento, aqui relatado, não consegui ser entendido pelo policial já mencionado. Valha-me Ruy Barbosa!!!!!!!!