terça-feira, 3 de julho de 2007

O CAOS NOSSO DE CADA DIA

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Com todo o respeito que tenho pela religião católica, permito-me ousar em sugerir que nossos padres comecem a ensinar o início de uma nova oração “O Caos Nosso”, devendo assim ser pronunciada:

Dinheiro nosso que está sendo roubado,
Modificado seja vosso uso,
Venha a nós, e não aos cofres públicos,
Onde será sempre manchado,
Pelas obscenidades praticadas.

O caos nosso de cada dia, minimize hoje.
Perdoai a nossa burrice,
Assim como nós perdoamos a quem nos tem roubado!

Não nos deixei esquecer as falcatruas,
E livrai-nos dos descendentes dos corruptos. Amém!

A sugestão acima, longe de sacanear a religião já citada, nem tampouco brincar com o nome do criador, visa tão somente demonstrar a que ponto os cidadãos brasileiros chegaram: violência descontrolada, corrupção sem precedentes, desrespeito total com a dignidade humana (vide saúde, segurança, educação e transporte).
Ultimamente, o problema – que sabemos que não tem só uma causa – que mais está fazendo a população sofrer, é o “samba de crioulo doido” que se tornou o transporte aéreo. Empresas gananciosas vendendo mais passagens do que devem, controladores de vôo que somente agora estão percebendo o quanto são essenciais, gestores do setor que muito falam e nada fazem de concreto para resolver a crise, políticos atolados até o pescoço em denúncias de desvio de dinheiro público que poderia estar sendo usado para sanear o problema, e finalmente a população atônita e indignada com o tratamento que vem recebendo dos outros atores do problema.
Mais caótico do que isso é perceber que esse problema, na verdade, é um dos menores que enfrentamos, pois se pensarmos na miséria dos brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza; se pensarmos que só a classe média alta e a rica é que usam com freqüência o transporte aéreo, ficando os pobres a amargar as péssimas condições das estradas do país, além da violência que se multiplica nas mesmas; é que vamos entender que aqueles que mais precisam, nem são lembrados pela mídia paga. E, diga-se de passagem, com nosso próprio dinheiro.
Lembro-me de um artigo que escrevi, onde mostrava a caótica situação das pessoas que procuravam atendimento médico em Macapá, escrevendo o que um pai já havia dito: “Em Macapá só existem três médicos: Dr. GOL, Dr. TAM e Drª. TAF”. Porém, analisando o atual problema que a Nação atravessa, penso que até sem esses três ficamos. Valha-nos quem?
O jeito é rezar!