sexta-feira, 29 de junho de 2007

AS DUAS FACES DA MOEDA

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A “guerra” travada entre os Estados do Pará e Amapá e as Guianas já é de conhecimento público e notório. De um lado, amapaenses miseráveis e famintos se arriscam nas travessias ilegais na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa na ânsia de conseguirem uma vida melhor para si e seus familiares; paraenses, também miseráveis e famintos seguem o mesmo caminho de seus irmãos territoriais. De outro lado, policiais franceses tentam desesperadamente evitar a invasão de seu território, prevenindo a prostituição, crimes e trabalho escravo, provocados pela presença dos brasileiros ilegais.
Nessa perspectiva, o problema parece simples e de fácil solução, ou seja, a implantação de uma fiscalização mais intensa na fronteira e políticas públicas sociais sérias, nos Estados do Amapá e Pará, a fim de minimizar o alto índice de desemprego e miséria existentes.
Porém, as medidas acima citadas são, na verdade, de quase impossível prática, senão vejamos:
1. A fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa é extensa, carecendo – no mínimo – do dobro do efetivo de policiais e\ou fiscais ali existentes. Nosso exército mantém, no município de Oiapoque, um insipiente efetivo de recrutas sem a mínima estrutura para enfrentar um problema de tal envergadura.
2. O Amapá está entre os Estados mais corruptos do nosso decadente país. Nossas políticas públicas são mínimas e de caráter assistencialista e eleitoreiro, produzindo uma dependência doente de grande parte da população em relação aos políticos oportunistas (currais eleitorais).
3. O Pará, verdadeiro representante do trabalho escravo e infantil no país, possui um poder público surdo, cego e mudo para as atrocidades cometidas contra seus cidadãos e meio ambiente (vide garimpos e madeireiras).
4. O Brasil, como um todo, é o país mais “bonzinho” com estrangeiros legais ou ilegais; porém o tratamento de outras nações em relação a brasileiros, legais ou não, sempre foi muito mais duro do que o dispensado pelo Brasil aos estrangeiros (somos puxa-sacos de gringos).
Nesse emaranhado de realidades e fatos fica muito difícil resolver o problema dos brasileiros nas Guianas.
Recentemente, uma comissão de Deputados Estaduais do Amapá esteve no município de Oiapoque a fim de verificar a real situação dos amapaenses que ali vivem, nesse sentido, o observado foi o óbvio e ululante, ou seja: a prostituição, a miséria, o câmbio negro, o tráfico de mulheres e drogas, e demais mazelas sociais.
Nossa bancada federal, em relação a essa realidade, apresenta-se infértil e insipiente.
No meio político como um todo, muitos discursos inflamados e quase nenhuma ação efetiva e funcional. Estudos, pesquisas e relatórios, são muitos; precisamos, porém, é de soluções!
Na verdade temos dois Estados cancerosos em um país aidético e com Mal de Alzheimer!

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